O Brasil tem projetos avançados para a formação e o aperfeiçoamento profissional de cidadãos brasileiros e de países da América Latina. Entre os já implantados está o Instituto Mercosul de Estudos Avançados (Imea), que deu os primeiros passos em 2009, após a criação de seu Conselho Consultivo, com 25 membros de vários países da América Latina.

A iniciativa mostrou resultados práticos em outubro de 2009, quando foi inaugurada a primeira turma do Curso Latino-Americano de Especialização da Avaliação Superior (Claeppaes). Para participar do programa de pós-graduação, os alunos recebem incentivos. Não pagam taxa de matrícula nem mensalidade e podem receber bolsa-hospedagem e alimentação.

Também no segundo semestre de 2009 foi lançado o Programa de Cátedras do Imea. Elas envolvem seminários gratuitos para alunos de pós-graduação e professores, que discutem as linhas de pesquisa e a estrutura acadêmica dos futuros cursos de graduação da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), da qual faz parte o Imea.

Os alunos das cátedras também não pagam taxa de matrícula e podem receber bolsa-hospedagem e alimentação. Por enquanto, seis cátedras foram fundadas -- serão dez até dezembro de 2009. Cada uma delas engloba uma área de conhecimento diferente, desde ciência e tecnologia até integração e identidade latino-americana, passando por desenvolvimento rural sustentável e saúde pública.

Professores e estudantes de pós-graduação de universidades da América Latina são convidados a participar das cátedras. Os alunos têm direito a créditos acadêmicos reconhecidos no currículo, por meio de um diploma expedido pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), instituição tutora da Unila.

Unila
Os trabalhos do Imea, já iniciados em 2009, fazem parte de um projeto muito maior, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). A proposta da universidade é oferecer cursos gratuitos de graduação e pós-graduação a 10 mil alunos em cinco anos, com envolvimento de estudantes e corpo docente do Brasil e de países da América Latina. O objetivo é formar pesquisadores e profissionais que pensem o presente e o futuro da América Latina. Toda a estrutura, um projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer, ficará localizada em uma área de quase 40 hectares em Foz do Iguaçu, no Paraná.

Com a Unila, cidadãos de todos os países latino-americanos vão poder cursar a graduação ou a pós-graduação gratuitamente, com aulas ministradas em português e espanhol. O local escolhido para a construção da universidade simboliza a proposta de integração entre países: Foz do Iguaçu encontra-se na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.

Graduação
Já em 2010, a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) deve atender entre 800 e mil alunos, divididos em 15 cursos. A previsão é que mais programas sejam oferecidos ao longo do tempo e que, cinco anos após o início das atividades, 10 mil estudantes sejam beneficiados com o ensino gratuito da universidade (metade será de brasileiros e metade de outros países da América Latina).

A Unila será mantida com recursos do Ministério da Educação (MEC), como qualquer outra universidade federal brasileira. A instituição irá selecionar alunos do Brasil pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Os estrangeiros serão avaliados por meio de uma adaptação do Enem, voltada para a realidade da América Latina. A elaboração do teste para estrangeiros ficará a cargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do MEC.

Os cursos que serão oferecidos na Unila se dividem em quatro núcleos:

1.Espaço Interterritorial e Sociedade (que engloba relações internacionais e economia política, por exemplo).
2.Interculturalidade e Comunicação (como letras, comunicação e artes e estudos antropológicos).
3.Natureza e Vida (composto de ciência, tecnologia e política ambiental, entre outras áreas).
4.Educação e Saúde Pública (como educação social e saúde coletiva).

Fonte:
Unila

Portal Brasil